chaplin uma vez falou:
"a coisa mais injusta sobre a vida e a maneira como ela termina. eu acho que o verdadeiro ciclo da vida esta todo de trás pra frente. nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. você vai pro colégio, tem varias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando e termina tudo com um ótimo orgasmo. não seria perfeito?"
o nosso futuro seria perfeito. mas se vivessemos um presente consciente.
estive pensando, questionando e tentando achar a origem da vida (tudo isso sem inflência da minha religião. tentei usar o senso crítico/científico o máximo que pude, sério.) e sem resposta, percebi que continuarei a viver sem saber o que irá me acontecer daqui um segundo, um minuto, uma hora, que seja. fato.
a maioria das pessoas passam a vida inteira estudando, sendo que para onde vamos (a morte, meu caro), não levamos nada. nada mesmo. nem o nosso conhecimento.
aí tem aquele tal papo de "mas eu deixarei filhos! que seguirão e continuarão tudo o que eu deixei/constituí/criei/". mas uma pergunta: pra que tudo isso, mesmo? para que eles sejam como nós? assassinos de nós mesmos?
é. assassinos. querem ver?
einstein criou a bomba atômica que ameaça acabar com o mundo. dummont critou o avião, principal meio de 'transporte' (?) utilizado nas guerras. hitler criou o narcisismo e matou mais de um milhão de pessoas, sem falar no rascismo originado aí. ford criou o primeiro carro com motor diesel, que para quem não sabe, é um dos principais contribuidores para a poluição e a destruição da nossa linda proteção chamada atmosfera.
somos nós, simples homens/mulheres que desmatamos florestas acabando com os últimos vestígios de oxigênio que possa nos servir. somos nós, humanos, responsáveis pelo aquecimento global, que nos usamos como escravos, que saímos pelas ruas após um ato criminoso arrastando uma criança pelas ruas presa pelo cinto de segurança. somos nós, de boa índole e caráter, que fazemos absolutamente QUALQUER coisa por dinheiro, que matamos animais não somente para satisfazer a nossa fome e desejo, mas também para adquirir status com um casaco de pele.
não citarei aqui sobre o amor. ou a falta dele.
quero apenas deixar explicíta a busca do nosso próprio gozo. nós pisamos nas outras pessoas, tornamos os nossos atos invisíveis e achamos isso irrelevante.
esperamos pelo paraiso, sabendo que vamos para o inferno. sabemos disso desde que Eva comeu a maçã...
eu já disse uma vez. o sofrimento me deixou realista demais. ainda existe esperança sim, lógico.
esperança de sentar em uma poltrona bem confortável aos 80 anos, de deitar em uma cama bem quentinha e só perceber na hora da minha morte o monstro que nos tornamos e que o inferno, nós mesmo quem criamos.
há excessões, claro.
mas eu curto muito generalizar a hipocrisia. :)
quarta-feira, 4 de abril de 2007
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Um comentário:
você não generalizou a hipocrisia, você simplesmente pegou o aspecto mais negativo e nojento da vida e jogou como argumento, esquecendo tudo de bom que homens e mulheres já fizeram em nome da vida.
tem que olhar os dois lados, maryzoca. cada yin tem seu yang e vice-versa
;}
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